A Diretoria de Operações da MINUSTAH – DIROPS – é responsável pelo planejamento e execução de operações policiais conjuntas reunindo os Policiais haitianos (PNH), UNPOLs, FPUs e militares. Esta responsabilidade abrange todo o território haitiano. O Diretor de Operações é um assessor (Deputy) direto do Police commissioner, podendo responder pela função na sua ausência. A DIROPS é composta por 03 unidades principais: a HNP/UNPOL Coodination (planejamento e coordenação das Operações); a Crowd Control Unit (planejamento e coordenação do Emprego das FPUs) e a SWAT unit (Coordenação e emprego dos Grupos Especiais – SWAT/PNH e SWAT/ FPU).
Os bons serviços prestados no transcorrer da missão no Haiti, desde 2004, acabou criando uma tradição de Oficiais brasileiros nesta diretoria. Já passaram pela HNP/UNPOL Coordination o Cap Osório (BMRS-2006); Cap Freitas (BMRS-2007); Ten Carrera (PMDF-2007); Maj Agrício (PMDF -2008); Cap Marco (BMRS – 2008) e Cap Frederes (BMRS – 2008), tendo inclusive o Cap Freitas e o Ten Carrera respondido pela função de Diretor de Operações, em épocas distintas, durante CTO do Diretor.
O atualmente contingente brasileiro, composto pelo Cap Bassalo (PMPA), Cap Algenor (PMAM) e Ten Heberton (PMDF) conseguiu um avanço substancial junto ao comando, pois conseguiu colocar um brasileiro em cada unidade da DIROPS. Já havíamos tentado isso, no entanto não obtivemos êxito, pois nos alegavam o chamado “equilíbrio de nações”, não poderíamos estar todos os brasileiros na mesma Diretoria. Felizmente, e estrategicamente, esta barreira foi vencida. E o resultado não tardou a aparecer.
Neste final de semana a DIROPS realizou uma operação, denominada Anaconda, na região de Saint Marc, cidade litorânea a noroeste de Porto Principe, e empreendeu um duro golpe no tráfico internacional de drogas, pois identificou e destruiu mais de 12 mil pés de maconha prontos para a colheita e, ainda, 150 kg da droga pronta para a comercialização. É a maior apreensão de drogas feita desde o início da missão. Foi destaque, inclusive, no site do Terra. A operação teve à frente estes três oficiais brasileiros, conforme nos relata o Cap Algenor:
“A Operação teve o Comando e planejamento de informações realizados pelo Cap PMAM Algenor filho, o qual contou com o apoio técnico (INTELIGÊNCIA) de um agente do departamento anti-drogas dos EUA (DEA). Após a fase inicial, o Cap Fabricio Bassalo planejou o emprego das tropas de FPU (Formed Police Unit) no terreno; e o Ten PMDF Heberton, atuou no emprego conjunto dos times de SWAT (HNPSWAT e JORDAN SWAT). Contando com um efetivo total de 130 Policiais da MINUSTAH e PNH (POLICE NATIONAL D'HAITI), a operação deu um "prejuizo" de 1,8 milhoes de dólares aos traficantes segundo calculos do DEA”.
Como veterano da MINUSTAH e, especialmente da DIROPS, sabedor das dificuldades de levar a cabo uma operação desta envergadura, das dificuldades, muitas vezes enfrentada pelo JMAC, em obter informações fidedignas sobre o tema, gostaria de parabenizar o Cap Bassalo, Cap Algenor e Ten Heberton os quais, desde sua chegada ao Haiti não medem esforços em bem representar suas corporações e o Brasil junto às Nações Unidas.