Chegamos em Juba, capital do Sudão do Sul, na última segunda-feira e iniciamos os procedimentos burocráticos de check-in na missão. Aqui nós realizamos a segunda parte do Induction Training, com instruções mais específicas sobre a missão no terreno. As aulas foram realizadas juntamente com militares e civis que estão chegando na missão. O grupo era dividido sempre que os assuntos eram atinentes especificamente a cada grupo.
Nesta semana também realizamos o teste de direção, o qual foi bem mais fácil do que se desenhava a princípio. Primeiramente porque, ao contrário do que nos informaram em Entebbe, a mão de direção aqui não é a mão inglesa, muito embora se encontre dezenas de veículos nas ruas com o volante no lado direito. Tivemos que realizar somente uma manobra de garagem e controle da viatura em uma pequeno aclive (parada e arrancada) usando apenas o acelerador e a embreagem (procedimento errado para os padrões brasileiros) e, para finalizar, um deslocamento em uma rodovia próxima à base da ONU. Todos os brasileiros foram aprovados. Realizamos o teste junto com um contingente de policiais da Malásia, os quais dirigem em mão inglesa em seu país, sendo que dois deles foram reprovados. Eles terão mais duas oportunidades para fazer o teste. Caso não sejam aprovados, segundo palestra que tivemos com a Police Commissioner, poderá ser analisada a repatriação.
Não seremos submetidos ao teste de idioma, não nos disseram o por quê, e logicamente também não perguntamos. Como disse o TCel Eliano - PMAL, nosso Comandante de Contingente, na verdade estamos sendo testados no idioma desde a nossa chegada a Entebbe na semana passada. Pois acostumar o ouvido ao sotaque do inglês britânico falado pelos países africanos e asiáticos tem sido nossa missão diariamente aqui.
Nesta primeira semana no Sudão do Sul recebemos o suporte vital dos militares brasileiros sediados em Juba. São eles o TCel Murga, o Cap Daniel, o Cap Mattos (ambos do Exército brasileiro) e o Cap Vianna (da FAB). Eles gentilmente se ofereceram para nos receber em seus próprios conteiners, pois não havia vagas disponíveis nos alojamentos destinados para o pessoal em trânsito na base de Juba. Teríamos que deslocar para hotéis fora da base com diárias de, no mínimo, 50 dólares. Na foto abaixo podemos ver o conteiner onde estou alojado com o Cap Vianna. Fica próximo aos conteiners destinados aos escritórios e salas de aula e distante uns 10 a 15 minutos de caminhada até o outro complexo de conteiners onde está o restante do contingente policial. O conteiner é projetado para alojar uma pessoa, com ar condicionado, cama, roupeiro, mesa, estante e cadeira. Morar em conteiner é opcional, mas caso o UNPOL (militar e civil também) opte em residir dentro da base, a ONU desconta 21 dólares por dia das diárias, ou seja, o aluguel do conteiner sai por 630 dólares.
Ontem recebi minha designação (deployment). Eu e o Capitão Jonas - PMSC - iremos para Akobo, cidade de um Estado localizado no leste do país, próximo à fronteira com a Etiópia. Hoje assinamos o nosso MOP (Movement of Personnel) que é o requerimento de viagem, sendo que nosso voo está previsto para a próxima quinta-feira. Até lá ficaremos aqui na sede, em condições e uniformizados, das 08 hs às 16 hs, mas sem muito o que fazer.
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