Na semana passada acompanhei a situação constrangedora vivenciada pelo Capitão Tadeu da PMERJ, o qual não pode embarcar para a Missão da ONU no Haiti - MINUSTAH - em virtude de problemas burocráticos no embarque do armamento, com a suposta necessidade de documentos além dos fornecidos pelo COTER, os quais foram solicitados pela TAM. Imaginem a decepção deste Oficial ao ser "barrado" praticamente no portão de embarque. Imagino com que cara ele voltou para casa e encarou seus vizinhos, familiares e amigos. Argumentos não faltaram, mas nesses casos a burocracia impera. Sim, acredito que este problema se resuma à burocracia e desinformação por parte dos funcionários das companhias aéreas, pois o Cap Honda PMAM embarcou para o Haiti a duas semana atrás e pelo que consta não teve nenhum problema. O próprio Capitão Bassalo - PMAM - que retornou recentemente da missão na haiti, enviou e-mail esta semana dizendo que viajou pela American Airlines e não teve qualquer problema.
Este fato bem que poderia passar desapercebido a algum tempo atrás, pois não havia uma comunicação efetiva entre os policiais que estavam embarcando para uma missão e os UNPOLs veteranos. No entanto, atualmente, como as facilidades da internet, nós nos comunicamos quase que diariamente e não podemos nos calar com este descaso que os policiais brasileiros tem que enfrentar a cada embarque.
Para citar somente alguns casos, um capitão do RS teve sua arma apreendida em Londres durante uma conexão em sua viagem para Kosovo pois a documentação que ele conduzia não estava correta segundo as autoridades inglesas. O capitão seguiu viagem, no entanto o armamento e munição chegaram a Pristina somente 15 dias após. O contingente brasileiro que está atualmente no Timor enfrentou problemas com o armamento na conexão em Buenos Aires e somente após muita conversa conseguiram solucionar o problema com os gendarmes argentinos.
Para finalizar, conto o fato que aconteceu comigo. Os procedimentos de embarque para Miami em Guarulhos em junho de 2007 foram muito confusos, tive que ir na Polícia Federal duas ou três vezes. No guichê da TAM os funcionários não sabiam dizer se a arma ia comigo como bagagem de mão ou na bagagem a ser despachada. O único documento do COTER que eu tinha era um e-mail que imprimi onde constava os dados da arma e munição (o documento original estava em Brasília e me mandaram uma cópia escaneada). Me informaram na IGPM que haveria um Oficial do Exército em SP para me auxiliar no embarque. Não havia ninguém. Me informaram que enviariam o documento original para a Delegacia da Polícia Federal no aeroporto de Guarulhos. Nenhum policial federal sabia a respeito de tal documento. Naquele momento lembrei de um conselho do meu colega de turma, Capitão Freitas, o qual já estava no Haiti, me dirigi ao balcão da PF para declarar a arma. A princípio não queriam fazer, pois disseram que não era necessário. Insisti e acabaram fazendo a declaração. Nas minhas duas passagens com armamento por Miami (ida e volta da missão) fui muito bem tratado pelos policiais de fronteira, sempre com cortesia, não enfrentei nenhuma fila. Até a cópia escaneada que eu tinha eles aceitaram com a maior boa vontade, mesmo vendo que era um documento sem assinatura. Prevendo problemas na volta, solicitamos à IGPM, através do nosso chefe de contingente, Major Agrício PMDF, um documento para o transporte do armamento, o que foi negado argumentando-se que este documento não existia e que deveríamos providenciar junto à Embaixada uma guia de importação (isso mesmo, deveríamos importar a arma que nós mesmos levamos para o exterior!). Em vista disso, solicitamos junto ao setor de pessoal da MINUSTAH um documento com timbre da ONU onde constasse as informações necessárias para o transporte da arma e munições. Como também não era praxe confeccionar tal documento, pois cabe a cada contingente tratar do trâmite de seu armamento, no início não quiseram fazer, mas após explicarmos os motivos, nos foi concedido.
Este fato bem que poderia passar desapercebido a algum tempo atrás, pois não havia uma comunicação efetiva entre os policiais que estavam embarcando para uma missão e os UNPOLs veteranos. No entanto, atualmente, como as facilidades da internet, nós nos comunicamos quase que diariamente e não podemos nos calar com este descaso que os policiais brasileiros tem que enfrentar a cada embarque.
Para citar somente alguns casos, um capitão do RS teve sua arma apreendida em Londres durante uma conexão em sua viagem para Kosovo pois a documentação que ele conduzia não estava correta segundo as autoridades inglesas. O capitão seguiu viagem, no entanto o armamento e munição chegaram a Pristina somente 15 dias após. O contingente brasileiro que está atualmente no Timor enfrentou problemas com o armamento na conexão em Buenos Aires e somente após muita conversa conseguiram solucionar o problema com os gendarmes argentinos.
Para finalizar, conto o fato que aconteceu comigo. Os procedimentos de embarque para Miami em Guarulhos em junho de 2007 foram muito confusos, tive que ir na Polícia Federal duas ou três vezes. No guichê da TAM os funcionários não sabiam dizer se a arma ia comigo como bagagem de mão ou na bagagem a ser despachada. O único documento do COTER que eu tinha era um e-mail que imprimi onde constava os dados da arma e munição (o documento original estava em Brasília e me mandaram uma cópia escaneada). Me informaram na IGPM que haveria um Oficial do Exército em SP para me auxiliar no embarque. Não havia ninguém. Me informaram que enviariam o documento original para a Delegacia da Polícia Federal no aeroporto de Guarulhos. Nenhum policial federal sabia a respeito de tal documento. Naquele momento lembrei de um conselho do meu colega de turma, Capitão Freitas, o qual já estava no Haiti, me dirigi ao balcão da PF para declarar a arma. A princípio não queriam fazer, pois disseram que não era necessário. Insisti e acabaram fazendo a declaração. Nas minhas duas passagens com armamento por Miami (ida e volta da missão) fui muito bem tratado pelos policiais de fronteira, sempre com cortesia, não enfrentei nenhuma fila. Até a cópia escaneada que eu tinha eles aceitaram com a maior boa vontade, mesmo vendo que era um documento sem assinatura. Prevendo problemas na volta, solicitamos à IGPM, através do nosso chefe de contingente, Major Agrício PMDF, um documento para o transporte do armamento, o que foi negado argumentando-se que este documento não existia e que deveríamos providenciar junto à Embaixada uma guia de importação (isso mesmo, deveríamos importar a arma que nós mesmos levamos para o exterior!). Em vista disso, solicitamos junto ao setor de pessoal da MINUSTAH um documento com timbre da ONU onde constasse as informações necessárias para o transporte da arma e munições. Como também não era praxe confeccionar tal documento, pois cabe a cada contingente tratar do trâmite de seu armamento, no início não quiseram fazer, mas após explicarmos os motivos, nos foi concedido.
Se vocês pensaram que os problemas acabaram ali, se enganaram meus amigos. Ao desembarcar em Guarulhos o Delegado da Polícia Federal queria apreender o armamento argumentando que o documento com timbre e carimbo da ONU não tinha validade aqui no Brasil. Quando eu já estava a ponto de deixar a arma em São Paulo por pura indignação, me lembrei que a havia declarado a arma no embarque. Encontrei junto aos meus documentos aquele pedaço de papel amassado, com timbre da polícia federal, cuja assinatura do agente não era mais que um risco. Este "documento" foi finalmente aceito e pude embarcar no segundo voo do dia para Porto Alegre. Sim, segundo, pois o primeiro eu perdi por causa desse embróglio burocrático.
Tenho outras histórias sobre estes problemas, mas o texto já está muito extenso e acredito que deu para ter uma idéia sobre este tema importante.
Caros veteranos UNPOLs, até quando essa situação vai perdurar?
Caros veteranos UNPOLs, até quando essa situação vai perdurar?
4 comentários:
Marcos, corroborando com seu comentário, só posso dizer q infelizmente meu embarque com armamento tb não foi um mar de rosas. Segui as orientações do COTER e nesse sentido até elogio o interesse do ST Lemes, q sempre ligava ou mandava e-mail passando os bizus e perguntando se já havia feito os contatos em Manaus. Fui à Seção de Fiscalização e Controle de Produtos Controlados (SFPC) da 12.a Região Militar e consegui um Ofício do Cmt da Região ao Superintendente da Receita Federal (sim, RECEITA) informando a saída do meu armamento. Fui duas vezes à PF e disseram q não era com eles, pois eu estava indo para fora do País e fugia de sua competência (!). Na Copa Airlines, empresa pela qual fiz o trajeto Manaus-Panamá-Santo Domingo, o Comandante não quis levar a arma na cabine, mesmo com a tal "maleta 007" trancada e a pistola desmontada, de modo q ela foi despachada junto com as outras bagagens!!! Em todas as conexões (Panamá e Santo Domingo) criaram caso com meu armamento, dizendo q qriam um documento da ONU. Eu explicava, explicava, e na prática acabei prosseguindo somente após chegar algum supervisor e dizer: "Não, tá bom, pode deixar.", como se fosse na base do favor. Confesso ter ficado muito preocupado com a possibilidade do meu armamento ficar retido em algum aeroporto. Ah, e em Sto Domingo ainda criaram o maior caso com os medicamentos (do EB, lacrados) q levava.
Bem, como vc falou, Marcos, essa história tb teve outros detalhes, q não dá p escrever em um simples comentário!
Espero agora q o Cap Tadeu consiga resolver esse imbróglio e venha logo somar conosco na MINUSTAH!
Abçs a todos q acompanham esse blog!
Cap PMAM Fábio Honda
Irmão Marco,
Seu comentário merece ser publicado em livro. Acredito sim que a TAM é quem faz toda essa "enrolada".
TC Braga
Também acho que está na hora do COTER assumir este contato com as empresas aéres, pois é o órgão responsável pela seleção e envio dos PMs para as UNPOLs espelhadas pelo mundo.
TC Braga
Concordo com o senhor, TC Braga, quem gerencia o processo de seleção tem que ser responsávelpor toda a parte de logística a fim de "entregar" o policial no local da missão.
Grande abraço
Cap Marco
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