quarta-feira, 7 de julho de 2010

Guiné Bissau: atos do governo provocam ameaçada de sanções internacionais


A Guiné Bissau passa por um momento de crise em suas relações internacionais motivado por decisões tomadas pelo governo do Presidente Malam Bacai Sanhá. O estopim da crise atual foi a nomeação do general António Indjai (foto) como Chefe do Estado-Maior interino das Forças Armadas, enquanto o antigo titular do posto, Zamora Induta, continua preso. A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) acena com a possibilidade de sanções contra a Guiné Bissau, pois o General Indjai foi um dos militares que dirigiu um grupo de soldados revoltosos na origem da detenção do almirante Zamore Induta e do Primeiro-Ministro, Carlos Gomes Júnior, em abril deste ano, ação que foi considerada, a princípio, como uma tentativa de Golpe de Estado. A última reunião da CEDEAO que seria realizada justamente na Guiné Bissau nos dias 28 e 29 de junho foi cancelada em sinal de protesto. "Não compreendemos (a decisão da Guiné-Bissau) e não a aprovamos", declarou o presidente da Comissão da CEDEAO, James Victor Gbeho. A nomeação também foi criticada pelos EUA e pela União Européia.
Outro revés para a diplomacia guineense foi o cancelamento da viagem que o Presidente Lula faria ao país no último domingo, também em represália à nomeação do militar revoltoso, muito embora este não tenha sido o motivo oficial do cancelamento divulgado pelo Itamaraty. Lula disse que o Brasil só prestará ajuda econômica à Guiné-Bissau se o país resolver seus conflitos políticos internos. “Saibam os dirigentes de Guiné-Bissau que quanto mais divergência tiver, quanto mais brigas internas tiver, mais difíceis serão as ajudas que teriam que vir de outros países, sobretudo dos países mais desenvolvidos”. O encontro de Lula com o Presidente Sanhá ocorreu em Cabo Verde.

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